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Texto de Ligia Canongia para a Exposição CÂMARAS de LUZ realizada na Oi Futuro, Rio de Janeiro, em 2007

Daisy Xavier, em parceria com Célia Freitas, fala sobre a idéia da passagem, sobre o atravessamento de fronteiras espaço-temporais, e a busca impossível da simetria perfeita . Quatro mãos, pertencentes a dois corpos, tentam um encontro por meio de um hipotético furo numa parede. O verso e o anverso dessa superfície, que não se apresenta com clareza pois que dissimulada por um branco absoluto, são exibidos em projeções separadas e não permitem ao espectador a visão unívoca da cena. Esta, mostra-se sempre entrecortada, como que cindida por seu próprio espelho. Com topologia do encontro , na verdade, cria-se ambiguamente a topologia do impedimento e do limite, como se houvesse um filtro, mesmo invisível, que sempre barrasse a possibilidade da união completa e simbiótica. Como dizem as artistas, ‘ o que busca se vê como buscado”. O branco equivale ao vazio e ao espelho, e este ultimo devolve, reflete, mas trai. A imagem, o enigma e a idéia mesma do espelho tem sido um motivo constante para experiências sobre a percepção e para obras de arte valiosas, desde O casal Arnolfini, de Van Eyck,no século XV, à tela Vida Secreta IV, de Magritte, na modernidade.

In her work with Célia Freitas, Daisy Xavier discusses the idea of passage , the crossing of spatiotemporal boundaries and the impossible search for perfect symmetry. Four hands that belong to two bodies attempt contact through a hipothetic hole in the wall. Both sides of that surface, not clearly presented because it is disguised by an absolute white, are exhibited in separete projections and do not allow the spectator a univocal view of the scene. The latter is always interruptedas if split by a mirror. What is, in fact, created in Topoly of Encounter is a topology of impediment and boundary, as if (an albeit invisible) filter were always barring the possibility of complete, symbiotic union. According to the artists, “ that which seeks sees itself as sought ”.

White equals emptiness and the mirror, and the latter returns and reflects even as it betrays. The image, the enigma and the Idea of the mirror have been constant subjects for experiments with perception and valluable works of art from Van Eycks’s Portrait of Giovanni Arnolfini and his Wife ( in the fifteenth century) to Magritte’s Secret Life IV in the modern period.

TEXTO de Daisy Xavier e Célia Freitas

Topologia do Encontro

 

A primeira imagem é a tela BRANCA.

Não há impedimento, não há passagem,

somente a neutralidade do branco.
Na tentativa do encontro o que surge é o espelho -
superfície de limite e de atravessamento.

 Dois pontos de vista criam uma reflexão:
o que busca se vê como buscado.
No ato de buscar, revela-se tanto

a passagem quanto o impedimento.

TOPOLOGIA DO ENCONTRO / TOPOLOGIA DO ESPELHO

Célia Freitas / Daisy Xavier - 25/07/2006 -

 

Topology of the Encounter



The first image is the WHITE screen

There is no impediment, no passage,

Only the neutrality of white.

It is the mirror that appears in the attempted encounter

A surface of boundaries and crossings   

Two points of view create a reflection:

That which seeks is seen as sought after. 

Both passage and impediment are revealed

In the act of seeking.

 TOPOLOGY OF THE ENCOUNTER / TOPOLOGY OF THE MIRROR

 

Célia Freitas / Daisy Xavier - 25/07/2006 -

 

 

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